quarta-feira, 31 de outubro de 2012

a modos que os sistemas são iguais em todo o lado.

Que me perdoem os americanos, mas calamidade de verdade aconteceu há pouco na Assembleia da República.

00h30














Quando leres isto, eu que era visível, serei invisível,
Agora és tu, concreto, visível, aquele que me lê, aquele que me procura,
Imagino como serias feliz se eu estivesse a teu lado e fosse teu companheiro,
Sê tão feliz como se eu estivesse contigo. (Não penses que não estou agora junto a ti.)


- Walt Whitman

domingo, 28 de outubro de 2012

amor incondicional.



fotos: o.a.

quando não existe mais nada para dizer, porque tudo é demasiado grande para caber em palavras.

maggie.
8/10/2000 - 27/10/2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

a desfolhar a ípsilon ao mesmo tempo da salamandra. incomoda-se muito pouco ainda.

No dia em que eu tiver medo de incomodar acho que estou a ser enterrado vivo. Há sempre o perigo de se ficar refém do medo, de começar a definhar, de morrer, mesmo fisicamente, por ter medo de incomodar. 

Rui Zink entrevista a Isabel Lucas Ipsilon 26.10.2012

da genialidade.


“Write to please just one person. If you open a window and make love to the world, so to speak, your story will get pneumonia.”
Kurt Vonnegut














olhó ritual de sexta-feira fresquinhooo!

foto: mónica martins

 eis que a verdade é como o azeite. james bond é... escocês ♥ (eu sabia, pá!) :)))

receber no mesmo dia

aquela notícia de que se tiram licenciaturas numa tarde
e de que os depeche vêm ao alive é total reconhecimento dos dias esquizo que se vivem por aqui :)

se não fosse chuva e vento.














diria que me tinhas entrado à bruta pela janela.
sem pedir licença.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

sabes que estás em casa quando...

manifestantes à chuva, temporal sobre o tejo, a secção de sopro da orquestra metropolitana a plenos pulmões e as buzinadelas típicas das 6 da tarde na praça camões. sádhana. 

tudo. 


ao mesmo tempo :))

no doclisboa há amores maiores*



ai a minha vida.



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um espectáculo para os meus compatriotas. é obrigatório.

















de rui pina coelho e gonçalo amorim.
na ZDB Negócio, Rua do Século.

porque a nossa revolução nunca irá passar na televisão.

(rui, lembro-me desta foto nas eleições para a ae... até já!)

rente ao chão













Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha.
















Vergílio Ferreira

Fotografias: Fernando Dinis Music/Photography
para a TransVerso

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ver um documentário no canal história, desligar a tv e fechar os olhos apertando-te a mão devagar.


do silêncio de novo.


uma noite de verão em 2011 levou-me por acaso ao Palácio Belmonte pela mão da fabulosa Maria de Morais e o seu Metaphorás' Project.
foi uma daquelas noites surreais, únicas, de onde nasceram imagens e sons que me mantêm pelas muralhas do castelo ainda hoje. e ontem revimos o Lisbon Story do Wim Wenders e lá estavam aquelas salas outra vez.
as paredes descascadas, mais os painéis de azulejos, aquela sala na penumbra onde o vinil rodava, o fogo no terraço. a vista sobre São Vicente de Fora. inesquecíveis.
eu não acredito muito nos acasos, mas hoje chegou-me este email.
ela regressa com o ciclo de conversas O Silêncio tem Sentido? vai ser na galeria Luis Serpa.

De amanhã até Novembro os dias contam-se. devagar.

alphaville


Pourtant, j’ai vu les plus beaux yeux du monde,
Dieux d’argent qui tenaient des saphirs dans leurs mains,
De véritables dieux, des oiseaux dans la terre
Et dans l’eau, je les ai vus.


Paul Eluard, Capitale de la Douleur

de Godard, hoje e sempre, na fabulosa Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema

redução de ruído.

On Silence [ by Aldous Huxley ]

 

The twentieth century is, among other things, the Age of Noise. Physical noise, mental noise and noise of desire -- we hold history's record for all of them. And no wonder; for all the resources of our almost miraculous technology have been thrown into the current assault against silence. That most popular and influential of all recent inventions, the radio is nothing but a conduit through which pre-fabricated din can flow into our homes. And this din goes far deeper, of course, than the eardrums. It penetrates the mind, filling it with a babel of distractions, blasts of corybantic or sentimental music, continually repeated doses of drama that bring no catharsis, but usually create a craving for daily or even hourly emotional enemas. And where, as in most
countries, the broadcasting stations support themselves by selling time to advertisers, the noise is carried from the ear, through the realms of phantasy, knowledge and feeling to the ego's core of wish and desire. Spoken or printed, broadcast over the ether or on wood-pulp, all advertising copy has but one purpose -- to prevent the will from ever achieving silence. Desirelessness is the condition of deliverance and illumination. The condition of an expanding and technologically progressive system of mass production is universal craving. Advertising is the organized effort to extend and intensify the workings of that force, which (as all the saints and teachers of all the higher religions have always taught) is the principal cause of suffering and wrong-doing and the greatest obstacle between the human soul and its Divine Ground. 

— from Silence, Liberty, and Peace (1946)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

get up, stand up.

Some people think the grate lord will come from the skies! 
Take away everything, and make everybody feel high! 

You can fool some people sometimes
But you can't fool all the people all the time.

-Robert Nesta Marley.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

arrumar as asas.


a festa do cinema francês acabou (chiça, granda filme o de ontem na sessão de encerramento) e o shuttle está fechado num museu.
acabaram-se as estrelas e a corrida ao espaço.
acabaram-se as noites em claro à espera que aterrasse inteiro e a horas de ver sair os astronautas com aquele sorriso que podemos contar ver pelos dedos de uma só mão na vida.

a boa notícia é que já só faltam  mais quatro dias para sábado.
os dias preparados e sempre à espera de sábado.
desenrolar a vida, os dias, os olhos para te ver chegar todos os sábados.

e aninhado que está o space shuttle, bem que precisamos de começar e rumar a outras estrelas.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

é ir*


e felicidade de te rever no palco.*

Um hino à imaturidade dos amantes a partir do drama trágico "Penthesilea" (1808) de Heinrich von Kleist. O autor, inspirando-se provavelmente na passagem de Penthesilea pelo poema épico "Posthomerica" de Quintus Smyrnaeus e na herança imagética de Séneca, nomeadamente nas descrições sangrentas, subverte o mito clássico de que a rainha das Amazonas morreria pela espada de Aquiles durante a guerra de Tróia.


Na peça do dramaturgo alemão, é Aquiles quem é brutalmente desmembrado pela rainha confusa por experimentar sentimentos novos e obcecada pela conquista que a sua tradição lhe exige. Em cena, soam as vozes de uma poderosa luta entre o belo e o terrível, a razão e a emoção, a sociedade e os afectos.

A filosofia mistura-se com a poesia que se mistura com a psicologia, num espectáculo que sublinha, sobretudo, a evidência de que os homens dificilmente conseguirão resolver a sua relação com a liberdade. Parafraseando Oscar Wilde, é caso para se dizer “Each man kills the thing he loves” (Todos os homens matam o que amam).

É urgente ler.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

tropeçamos no andamento de coisas claras.

 

 A influência exercida sobre a nossa alma, pelos diferentes lugares, é uma coisa digna de observação. Se a melancolia nos conquista infalivelmente quando estamos à beira das águas, uma outra lei da nossa natureza impressionante faz com que, nas montanhas, os nossos sentimentos se purifiquem: ali a paixão ganha em profundidade o que parece perder em vivacidade. 

Honoré de Balzac, A Mulher de Trinta Anos 

'

Fotografias: Fernando Dinis Music/Photography

TransVerso

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

cinemateca sem verba para a legendagem.

eu vi, mas não acreditei.


reconhecer as entrelinhas no corpo do texto.
















Da montanha ao monte, cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por casas, por prados,
Por Quinta e por fonte,
Caminhais aliados.

Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por penhascos pretos,
Atrás e defronte, 

Caminhais secretos.

 

Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por quanto é sem fim,
Sem ninguém que o conte,
Caminhais em mim.


Fernando Pessoa, Cancioneiro 

Fotografia: Fernando Dinis Music/Photography

TransVerso

domingo, 7 de outubro de 2012

O Tempo Dum Corisco

Dos turcos desce a palavra
e aqui entreluz, naufraga.

A palavra a ninguém salva.

Melhor metê-la, sem esperança,
sem recado, na garrafa.

Sempre é da minha lavra.


- Alexandre O'Neill, Poesias Completas
Fotografia: Fernando Dinis Music/Photography

TransVerso

sábado, 6 de outubro de 2012

a noite em que a bandeira fez sirshásana.

Cenário possível nesta noite lisboeta: Terezinha vem a caminho de casa sem óculos, tropeça numa barricada anti-manifs na Assembleia e quase despoleta novas palavras de ordem acaloradas contra a austeridade!

 o_O.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

canela*














o.h.a.

mas quem está em condições de
afirmar com toda a segurança
que os ponteiros do relógio andam
para a frente? ninguém está
em condições de afirmar com toda a segurança
que os ponteiros do relógio andam
para a frente, porque, como v.exa. sabe,
os ponteiros do relógio andam à roda.


alberto pimenta

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

é a vergonha.

é a segunda noite que passo por eles no caminho de casa. raso a escadaria e chego-me mais perto para ver. sentir ao menos o que lhes vai na pele e no corpo que há duas noites por ali ficam. 

há um grupo de gente a que poucos dão ouvidos. mas eles ali estão. não chegam a duas dezenas.
perguntei se queriam um cobertor, ou água.
disseram que tinham «carros de apoio». os amigos, os pais, (o)as namorad(o)as.

são cidadãos com deficiência que protestam devido aos cortes nos apoios do Estado que já poucos ou nenhuns eram.
é a tristeza de ver como se tratam pessoas que realmente precisam neste país.
conversámos um pouco e agradeceram por ter passado por lá.
se ao menos todos fizessem o mesmo, a família não tinha de estar sempre por ali a cuidar do frio e da fome.
deixei-os ali em sossego, mas assegurei que voltava mais tarde. fosse preciso ou não, há coisas que não se perguntam.

por isso deixo-vos esta nota muito breve. levantem os rabos do sofázinho de subúrbio sonolento.
venham encontrá-los, sentir como eles e dar apoio com o que tiverem.
deixem-se de conversas bonitas e declarações acaloradas no virtual.
disso, ninguém se alimenta nem aquece.


e para finalizar, deixo-vos algo antigo, mas tão certeiro que até dói nos olhos.

«Este governo não cairá porque não é um edifício,
sairá com benzina porque é uma nódoa
»...

Eça de Queiroz

piramida

Nome da cidade de um colunato mineiro inserido no regime soviético, que foi erguida na Ilha Norueguesa de Spitsbergen, onde os Efterklang andaram a captar coisas maravihosas ♥




terça-feira, 2 de outubro de 2012

assim devagarinho e com um sorriso amarelo.

Eu achava que o Inferno da Luz era estacionar regularmente no Estádio. Isso antes de estacionar no Estádio em dia de Jogo com o FCB o_O. 
- «Sr. Agente, eu trabalho ali dentro, e acho que me perdi para aceder ao parque do clube. Posso deixar no passeio só uma horinha?» 
- «Pode, menina. Haja quem queira trabalhar no meio desta confusão». 

o_O burp.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

dia 1.

(...)
Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor do lixo e do descuido,
Deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai corroendo a doçura da sua infância.
Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim,
Que é um lamentável engano, erro tipográfico, estatística imprecisa, puro preconceito,
Que o teu único defeito é ter demasiadas qualidades e tropeçar nelas.

Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente

Que és por demais inteligente, para sujar as mãos neste velho processo, triste traste de Deus.
De fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhor do que antes.
Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente, por tudo e por nada, com medo de ser inventada
O que é que te falta, agora que não te falta nada?
Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração ou só te resta morrer desintegrada?

Mas minha geração,

Valeu a trapaça, até teve graça, tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo, e a comida estava óptima! O que vamos fazer? 


jp simões, retrato