terça-feira, 19 de abril de 2011
eu sei que era para escrever
prometi. nunca falho a essas coisas que saem da boca e tomam responsabilidades de gente.
mas abri os sons e de dentro deles só saem imagens.
deixo um letreiro enorme na auto-estrada.
deixo que as palavras toquem o ar que respiras.
deixa adivinhar que não há viagem sem regresso. por isso, pedes que fique.
e agora que vejo o passar dos anos recordas-me dos dias em que perseguíamos cores e formas que sabíamos não ter.
hoje os dias são esculturas e moldamos como queremos.
chegamos, partimos e voltamos e sempre nos temos.
desligamos as praias de agnés por sabermos o final e desligamos os dedos enlaçados uns nos outros.
desligamos e abrimos janelas , desligamos e voltamos aqui.
são trovões. as árvores quebram, um rio invade a calçada.
todos partem, procuram abrigo.
de ti, espero o pára-raios, espalho tudo para ver o que há dentro e volto a recolher, com ordem e sem embaraço.
desligo. respiro. emudeço. pouso a caneta. adormeço. aqui.
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