sábado, 30 de abril de 2011

luminoso afogado


permanecemos aqui, neste quarto, onde a escuridão é eterna claridade. fora deste lugar nunca viste o mar. mas tudo isto se passou noutro tempo, noutro lugar. e a tua boca deixava na minha um travo de asas salgadas... breves nuvens. o entardecer sobre o corpo estendido na erva fresca do sonho. abrias nas pedras fulvas da praia um sítio para esconder a paixão. cansei-me de te sonhar. cansei-me do sangue e da chuva, da memória dessas rotas difíceis. donte te escrevo apenas uma parte de mim ainda não partiu.
encosto a alma à quilha do navio. deixo-me ir no vaivém das marés e da fala.

al berto

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