segunda-feira, 24 de outubro de 2011

dos enganos



Quando regressava ao albergue pelas ruelas curvas e empedradas de Auxerre, viu numa pequena praça com quatro álamos de folhas branquíssimas recém-despontadas um pequeno grupo de meninas que brincavam, formando figuras que as suas corridas faziam e desfaziam. Deteve-se a observá-las. Jogavam ao Paraíso, esse jogo que segundo a tua mãe, tinhas jogado nos jardins de Vaugirard com amiguinhas da vizinhança, sob o olhar risonho de don Mariano. Lembravas-te Florita? «É aqui o Paraíso?» «Não, menina, é na outra esquina.» E enquanto a menina, de esquina em esquina, perguntava pelo esquivo Paraíso, as restantes divertiam-se mudando de lugar nas suas costas.

mario vargas llosa

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