tenta manter a lente ao alto e os olhos abertos .
sem paredes, sem cortina, sem tecto nem chão. sem nada. a sua forma dilui-se no contorno cinzento da sua quietude. ninguém se move. ninguém tropeça. ninguém entra. ninguém sai. no silêncio aparente, igual ao de uma cidade que prepara o primeiro grito, a primeira pancada nas costas ao renascer. a luz e o arrependimento imediato de quem chega ao mundo pela primeira vez e percebe que ou mata ou morre. ou entra, ou sai. dali, de onde se renasce, sair vivo, só reencontrando a portada aberta e o branco de uma manhã de cheiro a roupa lavada numa calçada de Lisboa.
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