segunda-feira, 24 de outubro de 2011

não é todos os dias




que encontramos o que de melhor existe no ser humano.
um dia em que a tinha chateado mesmo muito, a minha mãe cortou-me a vontade de a arreliar mais dizendo, nas suas palavras duras e cheias de farpas, que por mais que errassem, se perdessem ou enveredassem por vidas difíceis, as pessoas voltam sempre para quem as ama de verdade. que não adiantava tentar encontrar formas ou desculpas para a fazer detestar-me ou aos meus modos. implícita a certeza de que teria sempre um lugar ali. andasse por onde andasse ou fizesse o que fizesse. naquele jeito retorcido de quem deixou muito por dizer. quando aí chego, é sempre esse lugar que procuro. hoje tenho a certeza que se encontra algures nos vossos braços, nas mesas recheadas de compotas e nos chás, nos pastéis e no consolo dos filmes nas madrugadas ou ao fim da tarde de domingo, à chuva.
hoje encontro-o nos vossos olhos. nas notícias e no partilhar genuíno dos dias que vou perdendo ao vosso lado mas que recuperamos sempre ao chegar.
e não é preciso esperar porque parece que foi só ontem. parece que foi agora.
o essencial sempre persiste. *****

(ainda agora me pergunto para que quereria as 3 árvores de natal.)

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