... Vou-te amar intensamente como nunca. Amei-te com avidez precipitação impreparação juvenil. Havia uma distância enorme de permeio e eu tinha de a preencher. Amei-te depois com luxúria como se diz no catecismo. E amei-te como cumprimento de um horário semanal. Com raiva humilhação quando andaste, eu nem sei se andaste lá com o teu colega do patarata. E porque é que não sei? Minha querida. Tinhas um grande orgulho ou vaidade no teu corpo, e desde a história do Bem sei lá o que tu querias. Seduzir, dares aos outros a possibilidade de partilharem do maravilhoso de ti e acirrares-me domesticares-me obrigares-me a ajoelhar.
Silêncio - e já falei tanto.
Vou pôr na rua da lembrança tudo o que não for da tua nudez, a amargura vexame sofrimento. Mesmo as alegrias que não são para aqui. Mesmo os filhos que também não - A vida inteira que passou. Preciso tanto de te amar - e como te vou amar? Não sei.
Vou-te amar com o infinito da tua perfeição.
Silêncio - e já falei tanto.
Vou pôr na rua da lembrança tudo o que não for da tua nudez, a amargura vexame sofrimento. Mesmo as alegrias que não são para aqui. Mesmo os filhos que também não - A vida inteira que passou. Preciso tanto de te amar - e como te vou amar? Não sei.
Vou-te amar com o infinito da tua perfeição.
Vergílio Ferreira, Em Nome da Terra
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