quinta-feira, 17 de novembro de 2011

regresso


viste que os dias não passavam

disto, e viste bem. desse lado

do céu, tens o melhor miradouro

sobre a madrugada. se encontrares

o pintainho que sepultámos,

em segredo e lágrimas, no

quintal das tias, pede-lhe o

arco da sua asa nas noites de lua nova.

remete-me, quando puderes,

pacotes de chuva miúda, gosto

de a ver decalcar a terra, fundir-se

com as sementes de milho

no canto da achadinha.

entretanto, vou montando o

telescópio, com as instruções

que me deste. põe-te à vista

e combinamos um gelado a

meio caminho,

à hora da infância.

por renata botelho, para a naifa

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