segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
custou-me comó caraças
hoje tive de dizer a um amigo que o concerto do bob dylan foi dos piores que já vi na vida.
mesmo à distância consegui perceber o desgosto dele ao teclar a resposta, arrastado como um condenado a quem passam o laço no pescoço. um pouco como o meu, depois de estar quase duas horas a tentar perceber onde andava o dylan que idolatrei. o das canções que trago comigo.
e que ao encontrar neil young um dia depois no mesmo palco, me deixou tanta coisa em perspectiva. não só o peso da idade que poderá ser incontornável, mas que raramente deita abaixo grande ícones. young é um deles. naquela noite fiz figas para que andasse à procura da harmónica meia hora como aqui. que contasse histórias. que fizesse tudo o que imaginara.
no fim de contas, fechei os olhos e levei-me naquela imensidão de ondas de som perfeitas. arrepios intermináveis.
disse-me que o ia ver. o bilhete provavelmente vai-lhe custar um ordenado.
fosga-se. já me arrependi. podia tê-lo deixado mais umas semaninhas na ânsia do momento da vida dele.
ignorance is bliss.
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