sábado, 4 de fevereiro de 2012

a arte do xadrez humano



são grandes, parecem torres.
e não é só por serem altos e entroncados. toda a postura impõe respeito.
ao princípio ficaram um pouco incomodados, riso nervoso, mais no sentido de não saberem como interagir do que pela ideia de me terem por ali. uma magricela. com um ôm nas costas?
percebia-se o campeonato europeu ainda no goto.
a ideia foi do colega que costuma pô-los a todos na linha, em sentido mesmo, nas aulas de jiu jitsu num dos lugares onde costumo dar aulas praticamente todos os dias.
passo sempre por aquela sala quando vou abrir a minha. eu curiosa dos movimentos deles. eles desconfiados da força dos nossos. a nós, em tom de brincadeira já os tinha ouvido chamar-nos a malta do campismo selvagem, porque nos vêem entrar de mat debaixo do braço. :) dizem que o chão onde dormimos é mesmo duro. :)
esse tal colega, de Gi azul, medalhado e com a parede engalanada de feitos e honrarias, lá arranjou forma de me ter numa das suas aulas para explicar à turma o porquê de querer uma parceria entre a arte marcial e o método com o qual trabalho.
diz ele que precisam da nossa concentração. que precisam de saber como pensar, respirar antes de aplicar a força. e que queria que eu entendesse como se movem.
sentei-me e ouvi tudo até ao fim. partilhei a origem comum de ambas as modalidades.
vi como os corpos formam um xadrez humano, de alavancas e molas, de tesouras e estrangulamentos. a força e o pó que levanta a mão a bater no chão.
senti por aquilo tudo um tremendo respeito. lembrei-me de vir da escola preparatória e de ver os putos bem, que podiam, na altura era assim, só quem podia, fazia um desporto pago pelos pais, e de sentir o misto de curiosidade e pena por não ir também.

finalmente subi ao tapete.
voar é fácil. fazer voar, nem tanto.

as asas nos pés devem ajudar. siga para ko.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. a minha dificuldade lá é arranjar alguém próximo do meu peso. alinhas? :)))) shuacs!

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  2. Não gosto de embater no chão, mas de voar sobre ele ;)
    Mas podes-me dar uma lições, autodefesa nunca é demais.
    Beijos.

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    1. :) acho que os peso-pluma deviam unir-se. juntos pareceremos uma daquelas torres que me agarrou na gola hoje. ehehehe o_O

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